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Luise Babisch

Nascida em colônia, na Alemanha, a juventude de Luise é vivenciada em uma Alemanha em guerra. Ela, seus pais e seu irmão imigram para o Brasil em 1950. Instalada inicialmente em São Paulo e depois em Santo André, Luise trabalhou como secretária até se casar com Walter, também alemão. Frequentadores da Sociedade São Miguel, o casal sempre residiu no bairro Campestre, também em Santo André, e é pai de Walter. Viúva, hoje Luise é avó de dois meninos.  Imagem do Depoente
Nome:Luise Babisch
Nascimento:28/12/1935
Gênero:Feminino
Profissão:Secretária
Nacionalidade:Alemanha
Naturalidade:Colônia (Köln), Alemanha

Arquivos de Imagem

Luise Babisch_I001

Bodas de prata de Johann Birkhölcer, bisavô de Luise Babisch. Familiares e amigos reunidos no vilarejo de Waldbröl, na Alemanha, em 1885.
Luise Babisch_I002

Kristine Birkhölcer (avó materna), Willy Birkhölcer (avô materno), e os seus seis filhos. A mais nova é Ana Birkhölcer (futuramente Ana Kühn), mãe de Luise. O mais velho faleceu na guerra, na França em 1922.
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Tios e primos de Luise Babisch em registro familiar, no vilarejo de Rolshagen, na Alemanha, em 1914.
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Gertrudes Kühn (avó paterna) e George Kühn (pai), no navio em que estavam viajando ao Brasil. A embarcação partiu de Hamburgo rumo a Florianópolis. Registro feito em 1924.
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Luise Babisch e Willy Kühn (irmão), na casa da família em Troisdorf, na Alemanha. Ao fundo há uma almofada feita com a bandeira brasileira. George Kühn (pai) trouxe uma bandeira do Brasil de presente, na viagem que fez em 1933.
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Família Kühn. Ana Kühn (mãe), George Kühn (pai), Willy Kühn (irmão) e Luise Babisch na cidade de Troisdorf, na Alemanha. Registro familiar feito em 1945.
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Walter Babisch (marido) posando para a foto após receber o seu zuckurtüten, quando ingressou na escola. Registro feito em Breslau, quando ainda pertencia a Alemanha, em 1942.
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Walter Babisch (marido) posando para a foto após receber o seu zuckurtüten, quando ingressou na escola. Registro feito em Breslau, quando ainda pertencia a Alemanha, em 1942.
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Ana Kühn (mãe), Willy Kühn (irmão) e Luise Babisch. Fotografia tirada para enviar ao pai de Luise que estava lutando na guerra. Registro feito em Troisdorf, na Alemanha, em 1942.
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George Kühn (pai) vestindo o uniforme da Segunda Guerra Mundial, no quartel em Bromberg, na Polônia. Ele participou da guerra durante 6 anos. Registro feito em 1942.
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George Kühn (pai). Luise Babisch acredita que ele estava utilizando o uniforme do transporte ferroviário. Registro feito na Alemanha, em 1943.
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Luise Babisch em frente à casa de amigos, durante o período da guerra. Registro feito em Troisdorf, na Alemanha, em 1943.
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Turma da escola de Walter Babisch (marido). Registro feito em Breslau, quando ainda pertencia a Alemanha, em 1943.
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Casamento de Bernard Scholz (tio de Walter Babisch). Luise acredita que ele tenha sido alta patente do exército alemão. Registro feito em Breslau, quando ainda pertencia a Alemanha, em 1943.
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Casamento de Bernard Scholz (tio de Walter Babisch). Luise acredita que ele tenha sido alta patente do exército alemão. Registro feito em Breslau, quando ainda pertencia a Alemanha, em 1943.
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Walter Babisch (marido), seu pai, sua mãe e irmãos. Ambos os irmãos faleceram durante a guerra. Registro feito em Breslau, quando ainda pertencia a Alemanha, em 1943.
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Walter Babisch (marido) e Hildegard Babisch (sua mãe) brincando na neve. Registro feito em Breslau, quando ainda pertencia a Alemanha, em 1944.
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Walter Babisch (marido) e Klara Scholz (sua avó). Ele está usando o chapéu do uniforme do seu tio para brincar de soldado. Registro feito em Breslau, quando ainda pertencia a Alemanha, em 1943.
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Walter Babisch (marido) visitando a casa de seus avós. Registro feito em Löwitz, na Alemanha, em 1944.
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George Kühn (pai), no canto inferior direito, e os soldados na Segunda Guerra Mundial. Registro feito em Bromberg, na Polônia, em 1944.
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Família Kühn. Ana Kühn (mãe), George Kühn (pai), Willy Kühn (irmão) e Luise Babisch. Registro feito em Troisdorf, na Alemanha, em 1941.
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Foto da primeira comunhão de Luise Babisch. Registro feito em Troisdorf, na Alemanha, em 1945.
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Luise Babisch, Ana Kühn (mãe) e Willy Kühn (irmão). Fotografia tirada para enviar a George Kühn (pai) que estava no Brasil. Registro feito em Troisdorf, na Alemanha, em 1949.
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Família do marido de Luise Babisch. Paul Babisch (sogro), Hildegart Babisch (sogra), Walter Babisch (marido) e Bernard Babisch (cunhado). Registro feito em Anrath, Willich, na Alemanha, em 1946.
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George Kühn (pai) após chegar ao bairro da Mooca-SP, no Brasil. Foto tirada para enviar a família na Alemanha. Luise recorda que os coqueiros presente na imagem vivem até hoje, 2015. Registro feito em setembro de 1949.
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Luise Babisch segurando o filho pequeno de um vizinho no colo, na Alemanha, em 1950. Ao fundo, nota-se o prédio do apartamento onde ela morava danificado pelas bombas da Segunda Guerra Mundial. O prédio ficou partido ao meio.
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Willy Birkhölcer (avô materno) aos 85 anos. Registro feito para enviar aos parentes no Brasil. A fotografia foi tirada antes da viagem e levada junto na bagagem. Registro feito em 1950.
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Gustav Kühn (avô paterno), Luise Babisch e Gustav Adolf Kühn (primo), após a chegada de Luise no Brasil. O avô era favorável ao Hitler e o Nacional Socialismo. Registro feito na Mooca, no Brasil, em 1951.
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Luise Babisch e Gustav Adolf Kühn (primo), após a chegada de Luise no Brasil. O avô era favorável ao Hitler e o Nacional Socialismo. Registro feito na Mooca-SP, no Brasil, em 1951.
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Festa de São Nicolau no Colégio Coração de Jesus. O dia de São Nicolau é comemorado em 6 de dezembro. Durante a festividade ele chamava as crianças e distribuía doces. Paul Babisch (sogro) era o presidente vigente.
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A chegada de São Nicolau e o seu ajudante no Colégio Coração de Jesus. O dia de São Nicolau é comemorado em 6 de dezembro. Durante a festividade ele chamava as crianças e distribuía doces. Paul Babisch (sogro) era o presidente vigente.
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Grupo de jovens no Colégio Coração de Jesus, na celebração de Natal, cantando músicas natalinas em alemão. Luise Babisch e Walter Babisch (marido) participavam do grupo e estavam no início do namoro.
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O Padre, o bispo e a comunidade católica no salão do Colégio Coração de Jesus. Registro feito em Santo André-SP, em 10 de dezembro de 1955.
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Luise Babisch, Willy Kühn (irmão), Paul Babisch (sogro) e Walter Babisch (marido) na festa de carnaval, na Rua Alegre, Vila Barcelona. Registro feito em São Caetano do Sul-SP, em 1956.
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Willy Birkhölcer (avô materno). Fotografia tirada na Bodas de Prata de seu filho Heinrisch. Registro feito na Alemanha, em 1956.
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Luise Babisch e Willy Kühn (irmão). A fotografia foi tirada no ‘Foto Carlos’ para presentear Ana Kühn (mãe) no Dia das Mães. Registro feito na Vila Bastos, em Santo André-SP, em 1956.
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Grete (cunhada), Gabriele (sobrinha), Ana Kühn (mãe) e Luise Babisch, em frente à Praça do Carmo, após a missa. Registro feito em Santo André-SP, em 1963.
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Luise Babisch e Gabriele (sobrinha). Luise com o seu fusca em frente à casa da Vila Bastos. Ela tirou a habilitação em 1965. Registro feito em Santo André-SP, em 1966.
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Casamento civil de Luise e Walter Babisch, no Cartório localizado na Praça do Carmo. George Kühn (pai), Ana Kühn (mãe), Paul Babisch (sogro), Hildegart Babisch (sogra) e padrinhos estavam presentes.
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Casamento religioso de Luise e Walter Babisch, na Igreja São Bonifácio. Registro feito na Vila Mariana-SP, em novembro de 1967.
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Casamento religioso de Luise e Walter Babisch, na Igreja São Bonifácio. Registro feito na Vila Mariana-SP, em novembro de 1967.
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Casamento religioso de Luise e Walter Babisch, na Igreja São Bonifácio. Fotografia tirada para o álbum de casamento. Registro feito na Vila Mariana-SP, em novembro de 1967.
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Casamento religioso de Luise e Walter Babisch, na Igreja São Bonifácio. Registro feito na Vila Mariana-SP, em novembro de 1967.
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Casamento religioso de Luise e Walter Babisch, na Igreja São Bonifácio. Missa celebrada pelo Padre Gerardo Hartmann. Registro feito na Vila Mariana-SP, em novembro de 1967.
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Casamento religioso de Luise e Walter Babisch, na Igreja São Bonifácio. Saída da igreja. Registro feito na Vila Mariana-SP, em novembro de 1967.
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Casamento religioso de Luise e Walter Babisch, na Igreja São Bonifácio. Entrada no carro. Registro feito na Vila Mariana-SP, em novembro de 1967.
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Luise Babisch na casa da Rua dos Coqueiros. Fotografia tirada para enviar aos parentes na Alemanha. Registro feito em Santo André-SP, em agosto de 1968.
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Luise Babisch e Hildegart Babisch (sogra). Nota-se que apenas a casa dos fundos estava pronta. Registro feito em Santo André-SP, em 1968.
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Luise Babisch e Walter Paul Babisch (filho), com apenas 6 dias de nascimento. Registro feito na Rua dos Coqueiros, em Santo André-SP, em 1968.
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Batizado do filho Walter Paul Babisch. Ana Kühn (mãe) e Paul Babisch (sogro) foram os padrinhos da criança. Também estavam presentes a tia de Luise, Gabriele (sobrinha), Hildegart Babisch (sogra) e Willy Kühn (irmão).
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Comemoração do batizado de Walter Paul Babisch (filho). Registro feito na Rua dos Coqueiros, em Santo André-SP, em 25 de novembro de 1968.
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Comemoração do batizado de Walter Paul Babisch (filho). Registro feito na Rua dos Coqueiros, em Santo André-SP, em 25 de novembro de 1968.
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Comemoração do batizado de Walter Paul Babisch (filho). Registro feito na Rua dos Coqueiros, em Santo André-SP, em 25 de novembro de 1968.
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Paul Babisch (sogro), Hildegart Babisch (sogra) e Walter Paul Babisch (filho). Comemorando o aniversário de Luise Babisch. Registro feito na Rua dos Coqueiros, em Santo André-SP, em 28 de dezembro de 1968.
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Parentes reunidos no retorno de Ana Kühn (mãe) ao Brasil, após realizar uma viagem para a Alemanha. Registro feito na Vila Bastos, em Santo André-SP, em 1968.
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Walter Babisch (marido) lavando o antigo fusca de Luise. Registro feito na Rua dos Coqueiros, em Santo André-SP, em 1969.
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Luise Babisch e Walter Paul Babisch (filho) no Dia das Mães. Registro feito na Rua dos Coqueiros, em Santo André-SP, em 1969.
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Luise Babisch, Walter Babisch (marido) e Walter Paul Babisch (filho) no Dia das Mães. Registro feito na Rua dos Coqueiros, em Santo André-SP, em 1969.
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Luise Babisch e Walter Paul Babisch (filho) dentro do antigo fusca de Luise, aguardando a ida para uma festa familiar. Registro feito na Rua dos Coqueiros, em Santo André-SP, em 1969.
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Comemoração do término da construção do telhado. A casa da Rua dos Coqueiros foi ampliada e construída na frente da casa anterior. Registro feito em Santo André-SP, em 25 de outubro de 1969.
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Comemoração do término da construção do telhado. A casa da Rua dos Coqueiros foi ampliada e construída na frente da casa anterior. Fundos da construção. Registro feito em Santo André-SP, em 25 de outubro de 1969.
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Comemoração do término da construção do telhado. A casa da Rua dos Coqueiros foi ampliada e construída na frente da casa anterior. Fundos da construção. Registro feito em Santo André-SP, em 25 de outubro de 1969.
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Convite do primeiro aniversário de Walter Paul Babisch (filho). Em 15 de novembro de 1969.
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Natal na casa de Hildegart Babisch (sogra). Luise Babisch, Walter Babisch (marido) e Walter Paul Babisch (filho). Registro feito na Rua Marina, em Santo André-SP, em 1969.
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Natal na casa de Hildegart Babisch (sogra). Paul Babisch (sogro), Luise Babisch, Walter Babisch (marido), Walter Paul Babisch (filho), tia do marido e parentes. Registro feito na Rua Marina, em Santo André-SP, em 1969.
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Visita dos tios de Walter Babisch (marido), do Rio de Janeiro, que viajaram em um Gordini VW. Registro feito em Santo André-SP, em 1969.
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Luise Babisch, Walter Babisch (marido) e Walter Paul Babisch (filho) fazendo uma visita à Ana Kühn (mãe), na Vila Bastos. Registro feito em Santo André-SP, em 1969.
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Luise Babisch e Walter Paul Babisch (filho), que está usando o chapéu de Paul Babisch (sogro). Registro feito em Santo André-SP, em 1969.
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Walter Babisch (marido) e Walter Paul Babisch (filho) fazendo uma visita à Hildegart Babisch (sogra). Registro feito em Santo André-SP, em 1969.
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Luise Babisch, Walter Babisch (marido) e Walter Paul Babisch (filho). Nota-se o bairro ainda com poucas construções. Registro feito na Rua dos Coqueiros, em Santo André-SP, em 1969.
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Missa de Natal na Igreja do Carmo. Luise Babisch, Walter Babisch (marido) e Walter Paul Babisch (filho), Ana Kühn (mãe), George Kühn (pai) e parentes. Registro feito na Praça do Carmo, em Santo André-SP, em 1969.
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Parentes e amigos em frente à casa da Vila Bastos, após buscar a tia de Luise, da Alemanha, no aeroporto. Registro feito em Santo André-SP, em 1969.
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Dia de São Nicolau. Luise Babisch, Walter Babisch (marido) e Walter Paul Babisch (filho), na casa de Hildegart Babisch (sogra). Registro feito na Rua Marina, em Santo André-SP, em 1970.
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Dia de São Nicolau. Walter Paul Babisch (filho), na casa de Hildegart Babisch (avó de Walter). Registro feito na Rua Marina, em Santo André-SP, em 1970.
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Walter Paul Babisch (filho) brincando no quintal de casa, na Rua dos Coqueiros. Registro feito em Santo André-SP, em 1972.
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Luise Babisch, Walter Babisch (marido) e Walter Paul Babisch (filho). Fotografia tirada para enviar à Ana Kühn (mãe) que estava em viagem na Alemanha. Registro feito em Santo André-SP, em 1972.
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Dia de São Nicolau. Walter Paul Babisch (filho), na casa de Hildegart Babisch (avó de Walter). Registro feito na Rua Marina, em Santo André-SP, em 1972.
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Parentes e amigos acompanhando Luise Babisch, Walter Babisch (marido) e Walter Paul Babisch (filho) ao aeroporto de Gongonhas, para uma viagem à Alemanha. Registro feito em São Paulo-SP, em 1973.
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Floresta Negra, na Alemanha, próxima a Cidade de Freudenstadt. Viagem de Luise Babisch, Walter Babisch (marido), Walter Paul Babisch (filho) e os primos Bernard e Ellen Rischke. Ao lado do carro Mercedes. Registro feito em 1973.
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Prefeitura de Freudenstadt, na Alemanha. Viagem de Luise Babisch, Walter Babisch (marido), Walter Paul Babisch (filho) e os primos Bernard e Ellen Rischke. Registro feito em 1973.
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Cidade de Freudenstadt, na Alemanha. Viagem de Luise Babisch, Walter Babisch (marido), Walter Paul Babisch (filho) e os primos Bernard e Ellen Rischke. Foto tirada de dentro do carro. Registro feito em 1973.
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Cidade de Freudenstadt, na Alemanha. Viagem de Luise Babisch, Walter Babisch (marido), Walter Paul Babisch (filho) e os primos Bernard e Ellen Rischke. Registro feito em 1973.
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Cartão postal da Floresta Negra, na Alemanha, próxima a Freudenstadt. Viagem de Luise Babisch, Walter Babisch (marido) e Walter Paul Babisch (filho) e os primos Bernard e Ellen Rischke. Registro feito em 1973.
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Cartão postal da Floresta Negra, na Alemanha, próxima a Freudenstadt. Ponto turístico do Moinho d'agua. Viagem de Luise Babisch, Walter Babisch (marido) e Walter Paul Babisch (filho) e os primos Bernard e Ellen Rischke. Registro feito em 1973.
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Após retornar da escola no seu primeiro dia de aula, Walter Paul Babisch (filho) foi presenteado com um zuckurtüten - sacola de açúcar - uma tradição germânica onde é colocado doces e mensagens em um cone. Registro feito em Santo André, em 1976.
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Após retornar da escola no seu primeiro dia de aula, Walter Paul Babisch (filho) foi presenteado com um zuckurtüten - sacola de açúcar - uma tradição germânica onde é colocado doces e mensagens em um cone. Registro feito em Santo André-SP, em 1976.
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Após retornar da escola no seu primeiro dia de aula, Walter Paul Babisch (filho) foi presenteado com um zuckurtüten - sacola de açúcar - uma tradição germânica onde é colocado doces e mensagens em um cone. Registro feito em Santo André-SP, em 1976.
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Após retornar da escola no seu primeiro dia de aula, Walter Paul Babisch (filho) foi presenteado com um zuckurtüten - sacola de açúcar - uma tradição germânica onde é colocado doces e mensagens em um cone. Registro feito em Santo André-SP, em 1976.
Luise Babisch_I089

Missa de Corpus Christi, do lado de fora da comunidade alemã. Celebrada pelo Padre Bertholt Kremer. Registro feito em Santo André-SP, em 1977.
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Missa de Corpus Christi, do lado de fora da comunidade alemã. Celebrada pelo Padre Bertholt Kremer. Registro feito em Santo André-SP, em 1977.
Luise Babisch_I091

Walter Paul Babisch (filho) e ao fundo um adventskalender - calendário do advento - que foi adquirido em um bazar entre alemães protestantes e católicos, na região do ABC. Registro feito em Santo André-SP, em 1977.
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Peça de teatro para o Natal, apresentada pelo grupo de jovens da Comunidade São Miguel. Walter Paul Babisch (filho). Registro feito em Santo André-SP, em 1979.
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Apresentação de cânticos natalinos, pelo grupo de jovens da Comunidade São Miguel. Walter Paul Babisch (filho). Registro feito em Santo André-SP, em 1979.
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Walter Paul Babisch (filho) recebendo doces no Dia de São Nicolau. Registro feito em Santo André-SP, em 6 de dezembro de 1979.
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Festa do Dia das Mães na Comunidade São Miguel. Walter Paul Babisch (filho). Registro feito em Santo André-SP, em 1980.
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Festa do Dia das Mães na Comunidade São Miguel. Walter Paul Babisch (filho). Registro feito em Santo André-SP, em 1980.
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Festa do Dia das Mães na Comunidade São Miguel. Walter Paul Babisch (filho). Registro feito em Santo André-SP, em 1981.
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Festa do Dia das Mães na Comunidade São Miguel. Luise Babisch e Walter Babisch (marido) assistindo as apresentações na plateia. Registro feito em Santo André-SP, em 1981.
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Luise Babisch servindo café para os convidados da festa de Natal, na Comunidade São Miguel. Registro feito em Santo André-SP, em 1981.


Transcrição do Depoimento de Luise Babisch em 21/07/2014

Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS)

Núcleo de Pesquisa Memórias do ABC e Laboratório Hipermídias

Depoimento de Luise Babisch

Transcritores: Paulo Nunes e Izomar Lemos

Pergunta:

Eu queria que a senhora começasse falando seu nome completo e a sua data de nascimento.

Resposta:

É... (...)

Pergunta:

Sem pressa, sem pressa. Não precisa chorar.

Resposta:

Me emociona então... Bom. Louise Babisch, nascida... Em 28 de dezembro de 1935.

Pergunta:

A senhora nasceu aqui no Brasil?

Resposta:

Não. Na Alemanha.

Pergunta:

É, em que cidade?

Resposta:

Em Colônia. ______ Você já escutou falar?

Pergunta:

Já.

Resposta:

A catedral de Colônia, eu nasci lá pertinho.

Pergunta:

Pertinho?

Resposta:

Pertinho. Tem uma igreja uma igreja muito bonita e conhecida no mundo inteiro.

Pergunta:

Como que era a sua infância lá?

Resposta:

A infância. Era tempo de guerra. E... Era meio... Tempo de guerra você sabe como é que é né? A guerra começou, e eu tinha três anos idade. Então, há, há seis anos, seis anos de guerra.

Pergunta:

A senhora chegou a ir para a escola lá?

Resposta:

Fiz a escola, estudei oito anos na Alemanha e depois eu vim pro Brasil. Vim pro Brasil em 1950.

Pergunta:

Adolescente?

Resposta:

Na, adolescente com catorze anos. [pigarreou] Fiz quinze anos no Brasil. [pigarreou]

Pergunta:

Por que que seus pais decidiram vir para o Brasil?

Resposta:

Meus, meus pais, ele, ele veio primeiro. A gente não é imigrante, meus avós eram imigrantes. Eles é... (tsi) já tavam {estavam} morando aqui, eles vieram em 1924. Meu pai veio de mocinho, de 18 anos ele veio pra cá e, e ele depois ele veio... Ele foi pra [pigarreou] Alemanha de novo e aí ele casou, novecen, em 1930, ele ficou sozinho no no... e os outros irmão, e ele veio com quatro irmão e quatro solteiros e, ele veio sozinho, é... ele foi sozinho pra Alemanha e casou lá e depois nasceu o meu irmão, 1932 e eu nasci, em 1935.

Pergunta:

Como se chama o seu irmão?

Resposta:

(Willi)

Pergunta:

(Willi)?

Resposta:

(Kirli)

Pergunta:

Como que escreve esse nome?

Resposta:

Ka, U, a trema, AGA, ENE (Kühn)

Pergunta:

ENE (N)?

Resposta:

ENE (N)

Pergunta:

E o nome dos seus pais? [5:00]

Resposta:

Meus pais, é (Gueush), GUE, GE, O, E,(...) O ERRE, GUE, GEOSHE, como é que... [risos]

Pergunta:

Ah! George?

Resposta:

George. E Kühn também.

Pergunta:

E sua mãe?

Resposta:

Ana.

Pergunta:

Ana?

Resposta:

Kühn.

Pergunta:

Ana Kühn. Eles eram católicos?

Resposta:

São, eram, somos muito católicos. Éramos. Meus pais eram muito católicos, e a gente seguiu a mesma direção.

Pergunta:

A senhora chegou a fazer catecismo lá na Alemanha, então?

Resposta:

Fiz o catecismo. A, a primeira comunhão na Alemanha.

Pergunta:

E foi na catedral de, de ______, ou não?

Resposta:

Não, foi, foi , é... (tsi) tem bairros também, né? Então foi, no, no, bem perto de, de...

Pergunta:

Mais perto de sua casa.

Resposta:

Perto de sua casa, de minha casa.

Pergunta:

A senhora lembra de alguma brincadeira que, que tinha quando era criança? O que que vocês faziam pra se divertir?

Resposta:

A gente se divertia bastante. Quando eu era... (tsi) O tempo da guerra, a gente é... a gente brincava muito no... (tsi) Quando os outros via perigo e a gente não via perigo né? Você já sabe como é que é?

Pergunta:

Crianças né?

Resposta:

É... (tsi) Ele ham... (tsi) A gente tinha (...) Era quando era é... alarme da guerra a gente ia no, no, (tsi)... com o é que chama?

Pergunta:

Porão?

Resposta:

Han? No porão de casa. Porque cada casa lá tem porão, e ele era muito reforçado ór causa das bombas, e a gente brincava lá é... (tsi) porque a gente, é... morava num apartamento e (tsi) e a... e a...

Pergunta:

Era no porão do prédio então?

Resposta:

Do prédio.

Pergunta:

Com outras crianças do prédio, então?

Resposta:

Com outras crianças do prédio, e lá crianças não vê perigo, então a gente brincava lá. O... sem ser a escola, a escola era no, no inter... era (tsi) no no fim da guerra, era tudo guerra, né? Mas nos anos, quando eu era menor, seis, sete anos eu já tava na escola [pigarreou] (tsi) e... (tsi) e... (tsi) como é que eu vou falar? (tsi)

Pergunta:

Não se preocupa, a gente pode voltar depois, pra essa parte.

Resposta:

É. Mas era, era mas pras {para as} crianças era legal, né? Os adultos não ia gostar lá, lá de noite no porão, esperando as bombas passar.

Pergunta:

E vocês brincavam assim, de, de boneca, amarelinha...

Resposta:

Não! Amarelinha não.

Pergunta:

Não?

Resposta:

Ficávamos tudo sentados, é... não podia brincar assim, não podia fazer barulho, [10:00] e... mas a gente se divertia, de, de um jeito do outro.

Pergunta:

E aí, quando a sua família veio para o Brasil, então, vieram morar com seus avós, que já estavam aqui.

Resposta:

Ele... É... a gente veio morar separado meus avós moravam numa casa e meu pai que veio um ano antes de nós, ele mandou as passagem para, pra nós e a... (tsi)

Pergunta:

E aí vocês vieram depois, ____

Resposta:

Viemos, é. (...)

Pergunta:

E era em Santo André, já que tava {estava} todo mundo morando?

Resposta:

Não, em alto de Pinheiros.

Pergunta:

Hum... [risos]

Resposta:

[risos] E meus avós moravam na Mooca.

Pergunta:

Na Mooca?

Resposta:

Na Mooca. Mas meus avós, avó eu não conheci, ela morreu durante a guerra aqui no Brasil.

Pergunta:

Eram os pais de seu pai?

Resposta:

Do pai do meu pai. E a o avô faleceu quando a gente tava {estava} sete meses a oito meses aqui no Brasil. Ele morava junto com o filho mais velho. O a. O meu avô né? E a gente alugou, o meu pai alugou uma casa no Alto do Pinheiros. Naquele tempo era alto, ato do pinheiros mesmo!

Pergunta:

[risos]

Resposta:

Não era aquele Pinheiros que é hoje, vila Madalena, que nem você escuta falar hoje, era diferente, né?

Pergunta:

Tinha, tinha mais arvores? Como que era diferente?

Resposta:

(Tsi)

Pergunta:

Tinha menos prédios?

Resposta:

Tinha bastante árvore aquele... Era no fim do mundo a minha mãe dizia [risos]

Pergunta:

[risos]

Resposta:

Que ela sempre morou em cidades e ela, é... não mas praticamente Pinheiros é cidade né? Era um bairro de São Paulo, mas, é... mas minha mãe falou assim, os primeiros quatro meses foram horríveis para se adaptar, né? Mas passou.

Pergunta:

O que que era mais difícil? A neblina, a cidade que era...

Resposta:

Não, a gente comparava muito era depois da guerra, né? A gente veio depois da guerra, mas a casa da gente foi bombardeado, metade da casa. (tsi) É... levou uma, o prédio levou uma bomba e serrou todo certinho metade da casa, então a gente morou com os tempos com meu avô paterno, materno, (tsi) e depois quando, é... em 1947 foi reconstruído aquela metade que faltava do prédio, foi reconstruído.

Pergunta:

Bem rápido, não é?

Resposta:

É, foi, foi. E a gente voltou lá, morando lá.

Pergunta:

A colônia ficou do lado americano, depois que acabou a guerra?

Resposta:

Do... Dos americanos?

Pergunta:

É, quando dividiu a Alemanha.

Resposta:

Dividiu, era...

Pergunta:

_____ era dos americanos _____?

Resposta:

É. Era... [pigarreou] (...) (tsi) péra {espera} aí. O nossa, a nosso parte foi [15:00] americano. Tinha uma parte francesa e... russo, e...

Pergunta:

Inglesa?

Resposta:

Inglês! É... Era dividido em quatro.

Pergunta:

E, a senhora sabe por que que a sua família veio para o Brasil e não algum outro país?

Resposta:

Não, porque meus avôs, tavam {estava} aqui, porque o meu pai falava assim: ‘Eu não fico mais aqui na Alemanha. Eu vou voltar pro {par o} Brasil’, mas não tinha outro jeito, ele queria voltar para o Brasil.

Pergunta:

Mas e seus avós, eles... a senhora sabe por que eles vieram pra {para} cá e de repente não pra {para} Argentina?

Resposta:

Eles... É... Não sei por quê? Eles moraram em Florianópolis, em Blumenau, em, em a... em Paraná, antes de vir para são Paulo, acho que desembarcaram em Porto Alegre.

Pergunta:

Ah...

Resposta:

E depois eles foram subindo.

Pergunta:

[risos] Até chegar em São Paulo?

Resposta:

Até que chegar, acho que di, escutei uma conversa que dia, nos anos 28 eles vieram aqui. Em São Paulo. Eles moraram na, na... Eles moraram na... (tsi) numa rua muito famosa em Santana...

Pergunta:

Eu não conheço muito bem Santana.

Resposta:

Cê {você} não conhece?

Pergunta:

Não.

Resposta:

Bem? Voluntários da Pátria. Eles moraram muito tempo aí.

Pergunta:

Mas isso foi em Santana ou na Mooca?

Resposta:

Na, Santana.

Pergunta:

É? Eu pensei que tinha sido na Mooca.

Resposta:

Na, na Voluntários da Pátria, tem em Santana. Era uma rua principal.

Pergunta:

E qual era a profissão deles, assim? Como a sua família vivia por aqui?

Resposta:

Meu avô ele era... (tsi) carpinteiro. Maestro, mestro, maestro...

Pergunta:

Mestre?

Resposta:

Mestre de carpinteiro. Ele fazia telhados, na Alemanha [pigarreou] ele era... e depois ele era, na primeira guerra mundial, ele era oficial. Na, na, ele tinha um quadrado, é... cheio de medalha que ele ganhava, ganhou na guerra, 14, 18.

Pergunta:

Hum, hum.

Resposta:

E depois, 24 ele veio pro Brasil ele não queria mais Alemanha. Por isso que ele foi embora da guerra.

Pergunta:

Passou pela guerra e não queria mais...

Resposta:

Mas a gente passou depois a segunda guerra e aí a gente veio. Não sei se foi o certo ou errado, mas eu to {estou} tão acostumado que, que a gente...

Pergunta:

Já não pensa mais em voltar______

Resposta:

Voltar é... eu voltei bastante vezes, mas não é mais aquilo.

Pergunta:

A senhora voltou a passeio _____?

Resposta:

Passeio. Nossa! Passeamos bastante. Mas, não, não acostuma mais, mesmo com aquela bagunça aqui, mas a gente prefere a bagunça [risos]

Pergunta:

[Risos]

Resposta:

É.

Pergunta:

E no comecinho, quando a senhora veio aqui pro Brasil, que morava lá na, no alto de Pinheiros, a senhora só falava alemão.

Resposta:

Falava, falava.

Pergunta:

E aí para acostumar? Como é que foi?

Resposta:

Ah! Foi... (tsi) Olha não sei [20:00] como foi. Eu sei que eu aprendi falar brincando, com, com brincando com os outros, mas a gente tinha bastante contato com alemão. Nunca deixamos de, de, de, a gente até hoje, a gente tem muita amizade alemã.

Pergunta:

Mas tinha mais vizinhos lá em Pinheiros? Que eram alemães?

Resposta:

Em Pinheiros tinha, era tudo brasileiros. Num, num, num eles, pra {para} eles era uma festa quando a gente chegou. Eles queriam se comunicar com a gente, e a gente não falava e a gente pegava o dicionário e... e, lia do dicionário mesmo expressão errada, mas a gente se esforçava assim. Assim foi, a, a, primeira comunicação.

Pergunta:

[Riso] Fazia alguma mímica também?

Resposta:

Ah, sim, claro, claro, mas...

Pergunta:

E a senhora chegou a estudar, de novo, aqui no Brasil ou já tinha terminado?

Resposta:

Eu fiz só, é... eu estudei oito anos na Alemanha, e, (tsi) e depois eu fiz só cursos de datilografia, de estenografia, pra entrar mais tarde, quando as, as empresas grandes apareceram eu trabalhei sete anos na Volks, e foi...

Pergunta:

Assim, como secretária?

Resposta:

Foi, foi.

Pergunta:

E aí era importante a senhora saber colocar _______________ (depoente e entrevistador falam juntos) [22:00]

Resposta:

O, e aí eu falava bem, eu tenho contato até hoje, com as colegas que eram daqui e, e eu era a única alemã naquela secção de secretária, mas...

Pergunta:

E o seu pai? A senhora comentou que seu avô era mestre de carpinteiro, e seu pai trabalhava com que?

Resposta:

Ele era, aí, como é que chama? (...) Ferramenteiro.

Pergunta:

Ferramenteiro.

Resposta:

É.

Pergunta:

E a sua mãe trabalhava em casa ou ______

Resposta:

A minha mãe trabalhou só em casa.

Pergunta:

E a senhora aprendeu a cozinhar com ela? Como é que foi?

Resposta:

Também. Também. Tudo o que eu sei de hoje aprendi da minha mãe. [riso]

Pergunta:

[riso] E aí, você faziam mais a comida alemã, usava muita batata, ou comida brasileira.

Resposta:

Muita, muita, mais alemão. Até eu casar eu, eu que virei a cozinha, mas a gente, repolho, chucrute, batata, purê de batata. Feijão? Só de vez em quando.

Pergunta:

Ah é?

Resposta:

Nos primeiros anos, né? Quando a gente acostumou, mas depois quando acostumou a gente queria feijão, também.

Pergunta:

[Risos]

Resposta:

E hoje também.

Pergunta:

Quase todo o dia

Resposta:

É...

Pergunta:

E como que foi esse casamento? Como a senhora conheceu seu marido?

Resposta:

Na comunidade alemã, lá em São Miguel.

Pergunta:

Em São Miguel?

Resposta:

Lá. (24:09)

Pergunta:

Mas aí a senhora já estava morando em Santo André?

Resposta:

Não, daí a gente mudou para Santo André 1953, e, a e a 54 começou a missa alemã aqui em Santo André e eu conheci na missa. Ele era de São Caetano e eu... eu era daqui de Santo André, de Vila Bastos. Nós morávamos em Vila Bastos.

Pergunta:

E por que vocês saíram lá de Pinheiros para morar aqui em Santo André?

Resposta:

E a lá a gente morava de aluguel, e aqui [25:00] a gente, era casa própria.

Pergunta:

Hã... comprou um terreno e construiu? Ou comprou...

Resposta:

Três anos.

Pergunta:

Hã...

Resposta:

Três anos depois a gente já tava meio brasileiro, ta?

Pergunta:

E o seu marido também era descendentes de alemães?

Resposta:

Era! Importado também. [risos]

Pergunta:

[risos]

Resposta:

Só que ele veio do extreme, do extremo norte da, da Alemanha , eu vim é...

Pergunta:

É oeste, né?

Resposta:

Aí, ele veio perto de Polônia, mas ainda era Alemanha. Ele veio de (PRESLAU) se você... Hoje é Polônia.

Pergunta:

Mudou fronteira?

Resposta:

Mudou, é... (...)

Pergunta:

E como é que era o namoro naquela época? A senhora conheceu na missa, mas como era pra namorar?

Resposta:

Namorar?

Pergunta:

Na missa não é muito pra namoro né?

Resposta:

Hã, o... o namoro, eu conheci ele com 19 anos. Aí era... assim baile, festa de família, né? Mas comum do que é... a gente fazia as festas na família, então vira e mexe tinha o uma festa...

Pergunta:

E era assim, festa de aniversário...

Resposta:

...sário, olha, de tudo! e a gente tinha depois com os tempo tinha mais amigas, colegas que... a gente não era o... é... (tsi) como é que vou falar?

Pergunta:

Mais colegas imigrantes, também? ________

Resposta:

O! tudo imigrante, tudo imigrante. É... Não era brasileira, era tudo alemão.

Pergunta:

Aqui em Santo André ______

Resposta:

Aqui em Santo André.

Pergunta:

______

Resposta:

O, o, lá em Pinheiros. (...) Aqui a gente a.... aqui tem bastante alemão. Tinha bastante alemão, hoje não, não, hoje é tudo igual, né? Hoje não...

Pergunta:

Não dá pra ver tanta diferença...

Resposta:

Não veja, bem, um ou outro...

Pergunta:

E o seu marido era mais velho?

Resposta:

Não. Ele era três meses mais novo. [risos]

Pergunta:

[risos] qual o nome?

Resposta:

Valter. De igual o pai, o filho.

Pergunta:

O filho. E quanto tempo vocês se casaram? Quanto tempo de namoro?

Resposta:

Quarenta e ... Nós éramos casados 45 anos.

Pergunta:

Vocês namoraram muitos anos antes de casar?

Resposta:

Nossa! Eu... Nós casamos com trinta... Trinta anos, trinta e um...

Pergunta:

Onze anos!

Resposta:

É! Porque ele é doente a, a o namoro ele foi pra Alemanha, estudar na Alemanha e no fim deu, deu tudo certo né? Eu esperei ele, ele esperou eu. [risos]

Pergunta:

E o que que ele foi estudar lá?

Resposta:

Ele... Trabalhou numa firma alemã. Não, lá tem, lá tem, tem que que tem é... uma... (...)

Pergunta:

Era uma firma que tinha aqui no Brasil? ____

Resposta:

Que tinha, é, é, é.

Pergunta:

A! era uma... ele foi pra _____

Resposta:

Ele foi... é... E foi ótimo [30:00] né?

Pergunta:

Ai quando vocês se casaram já tinham casa própria?

Resposta:

Tinha, tinha. Tínhamos.

Pergunta:

E vocês continuaram a morara aqui em Santo André?

Resposta:

Continua aqui. Aqui na minha casa.

Pergunta:

Nessa casa vocês vieram morar?

Resposta:

Nessa casa. Nessa casa.

Pergunta:

E como é que era a cidade na época que a senhora casou? Era muito diferente de hoje?

Resposta:

Nossa! Meu Deus! Tinha um prédio! Um prédio em Santo André, e, o resto era tudo casa baixinha. Não tinha esses prédios...

Pergunta:

E a senhora tá, é... Costumava ir ao cinema?

Resposta:

O, o. A, só tinha o... (...) Tinha o, Tangará e tinha os, as festas da comunidade naquela época.

Pergunta:

Em São Miguel

Resposta:

É, vira e mexe tinha festa na comunidade, e era sempre os alemão. Nunca se misturou.

Pergunta:

E... deixa eu ver... Quando o seu marido voltou aí vocês se casaram, no Brasil, numa igreja católica, também.

Resposta:

Na igreja São Bonifácio, em São Paulo.

Pergunta:

Em São Paulo?

Resposta:

É.

Pergunta:

E aí, como é que foi? Fez o casamento lá e a festa aqui?

Resposta:

É, festa aqui.

Pergunta:

É?

Resposta:

É.

Pergunta:

E foi pra lá como? Tinha carro? Ia de ônibus?

Resposta:

Tinha carro. Tinha carro. Naquela época já tinha bastante carros.

Pergunta:

Mas era fácil pra comprar, ou já custava caro assim?

Resposta:

Não. Era... Hoje é mais fácil, mas eu tinha carro, quando eu casei. Eu tinha carro.

Pergunta:

A senhora trabalhava enquanto esperava pelo seu marido aqui?

Resposta:

Hã?

Pergunta:

A senhora já trabalhava enquanto estava esperando, enquanto namorava?

Resposta:

É. Eu trabalhava na Volkswagen e, e...

Pergunta:

E a senhora continuou trabalhando depois de casada?

Resposta:

Não. Quando eu, eu saí quando estava grávida do Valter, aí não voltei mais. Ele não queria, ele não queria que eu trabalhasse, naquele... Naquela época era ainda, [pigarreou] hã... isso a mulher não trabalha, né? Então... Mas ele não era muito machão não.

Pergunta:

Não?

Resposta:

Não, não. Era bem típico alemão. [risos]

Pergunta:

É... Em que ano que o Valter nasceu? ______

Resposta:

Em 1968. (...)

Pergunta:

Em sessenta e oito?

Resposta:

Sessenta e oito.

Pergunta:

Aí, ele estudou no... ele comentou com a gente ________

Resposta:

Foi, foi, até ele casa ele falava. Nós falamos só em alemão. Só agora que não pode mais. Tem a nora que é brasileira e, a gente tem que respeitar, né?

Pergunta:

[risos] Mas, até então era só alemão dentro de casa.

Resposta:

Só, só.

Pergunta:

Mas ele estudava em uma escola brasileira?

Resposta:

Ele estudou, hã... no Pentágono e fez oito anos de alemão. Aula alemão.

Pergunta:

Aqui em Santo André mesmo?

Resposta:

Em São Bernardo.

Pergunta:

Em São Bernardo?

Resposta:

É.

Pergunta:

Em uma escola alemã ou foi numa sociedade?

Resposta:

Numa sociedade.

Pergunta:

A senhora lembra o nome da sociedade?

Resposta:

Não. Era...

Pergunta:

____ como a São Miguel, por exemplo.

Resposta:

É, uma família lecionava alemão. [35:00] Então, ele, ele ela inclusive deu aula pra muita gente. Ela gostava de dar aula, por isso que ele fala hoje, ele lê, escreve tudo alemão, tudo em alemão.

Pergunta:

Mas vocês achavam que era importante, então...

Resposta:

Ô, era, era.

Pergunta:

Mas assim, pensando que ele poderia ter mais facilidade pra conseguir um emprego.

Resposta:

Ele está no primeiro emprego. Ele tá no... A Mercedes. Ele fez um estágio na Mercedes e lá ele ficou.

Pergunta:

O primeiro emprego dele é o que ele ficou desde então?

Resposta:

Ficou, ficou.

Pergunta:

E a senhora lembra, assim, de cantar alguma musiquinha pra ele em alemão, essas coisinhas assim

Resposta:

Ah! Sempre. Sempre brincava. A gente brincava a gente era muito amigos. Até hoje! A gente era muito amigos.

Pergunta:

Mas tinha, ele tinha mais amigos, também, que eram descendentes de alemães?

Resposta:

Eram amigos descendente alemão.

Pergunta

De conviver na sociedade São Miguel.

Resposta:

De convi, de, de, de da escola ele, ele teve, até hoje ele tem um amigo até hoje. Da Infância, é... (tsi)

Pergunta:

E ele é brasileiro, esse amigo da escola?

Resposta:

Não, ele é, ele é filho de alemão.

Pergunta:

Hum!

Resposta:

É. Mas ele não fala quase alemão. A mãe não deu valor de ensinar, ele entende, mas, ele não...

Pergunta:

Ele não tem a prática.

Resposta:

Não. (tsi)

Pergunta:

E o seu neto? Ele é seu único neto também.

Resposta:

Não, mais um.

Pergunta:

Ah! Tem dois?

Resposta:

Tem dois.

Pergunta:

Os dois são adolescentes?

Resposta:

Dezssss, dezessete e dezoi, dezessete e dezesseis.

Pergunta:

E a senhora conversava também com eles, em alemão ou já...

Resposta:

Eu, eu gostaria de ter falado mais alemão do que se eles iam aprender né? Mas a mãe deles não queria...

Pergunta:

____ o português é melhor___

Resposta:

Então respeita, né? Que que a gente vai fazer?

Pergunta:

Mas no geral, assim, parece que a senhora não sofreu preconceito por ser estrangeira aqui no Brasil.

Resposta:

Não. De jeito nenhum. De jeito nenhum. Eu sou vizinho de todo mundo. Todo mundo é amigo, mesmo aqui tem o, tudo brasileiro, não, magina (imagina)! Eu me dou muito bem. Eu me dou muito bem.

Pergunta:

Mesmo na época da ditadura militar, não teve nenhum problema?

Resposta:

Não. Não eu nem soube que que é, era, que que acontecia lá na... Não senti nada. Era até melhor do que o Figueiredo era melhor do que o, o militar. Era... [pigarreou] hoje é tudo liberal a gente não sentia nada. O meu marido sempre falava que até no Figueiredo era melhor a gente não sentia nada, porque é... e... (tsi)

Pergunta:

Mas vocês, assim, gostam de, de política? ____

Resposta:

Não! Não. Não gosto de política não. [40:00]

Pergunta:

Mas desde seu pai, também lá na Alemanha, vocês não se envolviam muito.

Resposta:

Não, minha mãe meu pai, hã... pode ser que ele gostava. Ele gostava muito do Hitler, mas minha mãe não gostava, mas... isso não, a gente não...

Pergunta:

Não gerava discussão.

Resposta:

Não, não, não, não, não. (...)

Pergunta:

Acho que é isso. A senhora ta {está} cansada? Quer tomar uma aguinha?

Resposta:

Não, pode ser...

Pergunta:

[risos]

Resposta:

Não.

Pergunta:

Que eu to {estou} aqui assim, acho que... já a senhora tava {estava} nervosa no começo, mas lembrou todas as datas certinho, né?

Resposta:

Não.

Pergunta:

___ que eu queria perguntar.

Resposta:

Pode perguntar.

Pergunta:

Tem uma fila aqui. [risos]

Resposta:

Pode perguntar.

Pergunta:

Pode perguntar? ______ Ah sim, é... Você, seu filho também foi criado na igreja católica?

Resposta:

É!

Pergunta:

Fez catecismo, tudo?

Resposta:

Fez! Nossa!

Pergunta:

Pra você é bem importante?

Resposta:

Ô! Você é católica também?

Pergunta:

Eu fui criada católica, mas não sou praticante.

Resposta:

Não? A...

Pergunta:

Mas e essas festas que a senhora fazia quando era mais, mais jovem assim? Manteve?

Resposta:

Mantive, mantive. Festa de casa, com quarenta pessoas aqui dentro.

Pergunta:

Ah! E o natal, vocês traziam pinheirinho ____

Resposta:

Natal...

Pergunta:

____ com o que era?

Resposta:

O natal é... E festa mais linda e os meus netos adoram.

Pergunta:

Mas a decoração vocês fazem diferente da do Brasil, põe um pinheiro com as velas?

Resposta:

A, a, a arvore e as velinhas, mas, é... agora tem as lâmpada e os meus netos gostam das lâmpadas.

Pergunta:

[risos]

Resposta:

Tem... A sala fica a coisa mais linda de, de, natal.

Pergunta:

A senhora chegou a ter também aquele ________________? aquele _____

Resposta:

(Kalenda) Nossa! Eu tenho, eu tenho até hoje, dos meninos, é, de abrir as portas.

Pergunta:

È que faz a contagem regressiva...

Resposta:

É.

Pergunta:

_____

Resposta:

Na Natal? Nossa! Eu tenho até hoje.

Pergunta:

E as comidas? Também faz o pão de nozes?

Resposta:

Nozes!

Pergunta:

Biscoitinhos?

Resposta:

Faz todos o ritos, nós... Não. Esse ano eu não sei como é que vai enfeitar, porque eu não sei fazer mais, a mão não aju... A mão, uma mão não faz nada né? Eu, vo, vou tentar super, eu vou orientar, vou achar uma pessoa que faça pra mim, né? [risos]. Olha!

Pergunta:

Esse é o calendário?

Resposta:

É. (...)

Pergunta:

[Risos] (...) A gente tem uma parte da pesquisa também...

Resposta:

Hã?

Pergunta:

Que a gente vem, conversa e vê algumas fotos, ê algumas fotos, ê algumas fotos, esses calendários assim e anota com mais calma...

Resposta:

Hã, hã.

Pergunta:

É que pra {para} fazer tudo de uma vez acaba ficando um pouquinho cansativo assim...

Resposta:

Hã?

Pergunta:

Mas se a gente puder, depois, marcar algum, uma outra tarde, pra {para} ver certinho, fotografar esses objetos

Resposta:

Af!

Pergunta:

Muito bacana, eu nunca tinha visto...

Resposta:

Não!?

Pergunta:

Não?

Resposta:

Aí!

Pergunta:

As pessoas contam, mas eu não tinha visto.

Resposta:

Eu, eu, eu tinha mais, esses são mais recentes. Eles são recheados de chocolate.

Pergunta:

Aí conforme passa o dia você pega um chocolate

Resposta:

Cada dia eu, re... eu.. mando os meninos retirar os seus, o chocolate, mas como não tem aqui eu recheio aqui, de novo, eu, por conta própria. [45:00] né? Então, é, é um gosto né?

Pergunta:

E a festa de São Nicolau?

Resposta:

Nicolau, nossa! Até na igreja faz um Nicolaus.

Pergunta:

Como é esse Nicolau na igreja?

Resposta:

É o bispo. É o bispo o São Nicolau, né? O verdadeiro São Nicolau era um bispo, não sei se vocês sabe.

Pergunta:

Não, não conheço muito bem história dele.

Resposta:

(Tsi) (pigarreou) Eu, (tsi) é... eu não sei se eu tenho o livro de São Nicolau, aqui, mas eu acho que eu tenho. Ele, ele era de Hungria. Ele é... ele era muito bondoso e, e... repartia tudo. Era, era um bispo, ele não queria nada pra ele. Ele... (tsi)

Pergunta:

E a sua festa lá na igreja, é um acontecimento especial?

Resposta:

Não é uma festa, de São Nicolau. Ele chama [risos] Ele chama as crianças no palco, lá na comunidade e, e, a... uma pessoa se veste de São Nicolau, e, e...

Pergunta:

A roupa do São Nicolau parece o Papai Noel ou é diferente?

Resposta:

Não, não. Diferente. É... Parece um, um...

Pergunta:

Com bispo mesmo?

Resposta:

Com bispo.

Pergunta:

Hã.

Resposta:

É. Ele, ele tem aquele, aquela mitra.

Pergunta:

Mitra? ___ chapéu.

Resposta:

Do chapéu. E...

Pergunta:

Ele troca os presentes nesse dia, ou não?

Resposta:

O, ele traz o saco de doce.

Pergunta:

Hã!

Resposta:

Um docinho.

Pergunta:

Na páscoa vocês têm também... é... o hábito de pintar os ovos, ou não?

Resposta:

Na páscoa também! Até hoje eu pintei os ovos.

Pergunta:

Hã! Tem uma foto aqui do São Nicolau.

Resposta:

Ai!

Pergunta:

Bacana! [risos]

Resposta:

[risos]

Pergunta:

Parece um bispo com barba!

Resposta:

É, é, é, é, é.

Pergunta:

E a senhora fez também, então durante a infância do seu Valter? De pintar os ovos, fazer furinho...

Resposta:

Ô! De... A gente... Eu conheço só, eu mando importar as tintas da Alemanha, né?

Pergunta:

Ah é?

Resposta:

Porque aqui não tem. Aqui não é costume de pintar ovo, né? Então eu é... tenho uma prima minha, e ela se... e agora tem um monte de tinta, ela veio nas páscoa passada, ela tava {estava} junto com n


Acervo Hipermídia de Memórias do ABC - Universidade de São Caetano do Sul